Vida mendiga

 

Eu nem sei mais quem sou
Não sei como cheguei aqui
E nem para onde vou
Estou jogado, sem direção
Ando por aí, vagando sem rumo

Sou sadio, inteiro
Não me falta nenhuma parte do corpo
Mas eu não faço nada
Além de esticar minha mão
E pedir qualquer contribuição
E eu não gosto de aceitar um não

Ando me esgueirando por aí
Sem ter onde dormir
As ruas são minha casa
O chão o meu colchão
O jornal virou meu cobertor
E com sua ajuda consigo algo para comer

Ando por aí
Pedindo uma ajuda, uma contribuição
Achando que isso é sua obrigação

Sou pobre, sou coitado
Sou um mendigo jogado
E o pior é que me acostumei
Não faço nada para mudar
A minha situação

Não quero trabalhar
Sobrevivo de um pedaço de pão
Dado por alguém que teve pena
Ou um bom coração
Quem tem medo de mim
Me dá um não

Sou sujo, uso trapos
Sapato furado
Vivo de doações

Mas eu
Não faço nada para mudar
A minha situação

Eu escolho ter um vida bandida
Ou uma vida mendiga
Por enquanto prefiro pedir do que roubar

Sandra RaFáH ~'*
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1 Response to "Vida mendiga"

  1. coutinhobr says:
    4 de julho de 2012 às 20:47

    Que poema fantástico. Parabéns, Sandra!

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