Resplandeça a Luz



Após mais um ano de trabalho, sentia-me desesperado por ver que nada havia sido lucrado durante tanto tempo. Os negócios não iam bem. Eu já não conseguia ficar um minuto sequer no escritório. Não havia mais esperança em mim; era uma caverna escura e sem nada de valor.

Retirei-me da empresa no intuito de refletir sobre os meus objetivos e o motivo deles não se concretizarem. Em passos largos atravessava ruas e avenidas, afundado em meus sentimentos, sem ao menos notar o que me rodeava.

Precisava tomar uma atitude. Diante dos meus olhos, nada prendera minha atenção além do interesse em solucionar aquelas incessantes dores. Não era tão fácil. Além do trabalho, minha vida sentimental estava às ruínas; preso a sentimentos de angustias e perdas de pessoas que tanto amava... - Se Deus existisse, por que ele era tão injusto comigo? - perguntei-me em voz alta. A minha vida estava de ponta cabeça; nada se encontrara no lugar adequado.

Passava-me pela cabeça se ainda valeria a pena viver. Tantas frustrações em um curto período de tempo; meu coração estava quebrantado pelo sofrimento. Mas, como por intuito, sabia que ainda não era a minha hora de partir, teria que procurar a solução e só eu poderia encontrá-la. Mas onde estaria? Estava tão difícil enxergar uma saída, uma luz no fim do túnel...

Uma ensurdecedora buzina me fez ressurgir dos meus pensamentos com um salto. Não deu tempo. O carro, violentamente, me pegara em cheio. Após algum tempo, o som da buzina não ecoara mais no interior dos meus ouvidos, fora substituído por um inalterável “Pi... Pi... Pi...”

Não conseguia abrir os olhos. Estava deitado, e com uma dor intensa nas pernas. Por que minha intuição dizia que a solução estava mais perto agora? Já não tinha condições sequer de abrir os olhos, estava imóvel. Será que a solução seria a morte? Eu sabia que estava num hospital; o meu estado de saúde não era muito bom. Custava entender onde essa intuição me levaria se, nesse momento, aumentavam minhas dores; somavam minhas derrotas.

O local estava bastante iluminado -, mesmo com os olhos fechados conseguia perceber a iluminação. Percebia também a presença de duas pessoas se locomovendo ao meu redor, estavam mexendo no meu corpo, colocando soro, talvez. Mas, algo me chamara ainda mais a atenção, uma diferença de luminosidade do ambiente havia se iniciado à minha esquerda, um negro sombrio instala-se e ofusca calmamente a luz da minha esperança. Por um instante pensei que a morte estava sobre mim, trevas que iam dominando toda a luz que meus olhos captavam, o medo subiu por minha espinha, a esperança esvaiu-se...

Desesperei-me. A escuridão já tomara conta do meu ser. Havia perdido a visão da luminosidade; não via mais ninguém ao meu redor, não sentia ninguém apalpando meu corpo. Estava morto... Morto? Então, por que consigo falar comigo mesmo? Ou será que todos sentem isso ao morrer? Não, não era possível eu estar morto, estou em busca de uma solução pra minha vida. Não posso passar pela existência e deixá-la como um fracassado!- Disse a mim mesmo. Logo de imediato, veio em mente uma mulherzinha insignificante – havia conhecido-a na rua ou num restaurante; nem sabia ao certo seu nome -, mas o que perpetuou dentro da caverna escura do meu ser foi algo além de quem seria aquela mulher, foi o que ela falava. Falava sobre um homem que havia vencido a morte, teria ressuscitado, e seria o Príncipe da Luz, o que trazia vida e vitória... Como era mesmo o nome dele? – Perguntei-me. De repente, meus sensores auditivos (pela primeira vez após o acidente) voltaram a funcionar. Ouvi perfeitamente uma voz masculina branda, que transmitira uma paz pela qual jamais havia sentido antes, dizendo: “Jesus Cristo, a fonte infindável de Luz e Vida. Busque-o de todo o coração e resplandecerá a luz na escuridão da vida.”

Como senti vontade de gritar... Gritei com toda minha alma: “Jesus Cristo! Liberte-me da escuridão!”

Ao cabo dessas palavras, a paz que antes sentira fora concretizada diante dos meus olhos. Do negro gélido tornara à luz, que não só brilhava sobre meus olhos, iluminava minha alma.

Resplandeceu a luz. Houve paz. Aspirei à vida. Abri os olhos, finalmente.

Lágrimas escorriam, sobre a minha face sulcada; não mais escuras, iluminadas, como pérolas.

Meus olhos marejados não me impossibilitaram de ver a maior fonte de consolo que já encontrei. Que poder havia naquele nome! Quem fora este que me trouxeste à minha vida novamente, iluminou minhas tristezas, e me fez renascer em Seu nome? Queria saber quem fora este...

Recebi alta após seis semanas de internação. Deixara o hospital não só curado fisicamente, as feridas da minha alma também foram sanadas. Havia me transformado num novo homem. Fui buscar quem havia me instaurado novamente à vida e deixei-o resplandecer.

Pouco a pouco fui aprendendo sobre Ele. Aceitei-o como meu único e suficiente Salvador. Descobri, até então, que ele fora o único na humanidade a ir ao reino dos mortos, ressuscitar-se e recuperar as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1.18). Tornou-se rei dos vivos e o único mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2.5). Foi humilde; não veio pregar nenhuma religião; demonstrou o maior amor que a humanidade já vira, e o principal, como rei, anunciou o reino de Deus a todos que Nele Cressem (Mateus 12.28).

Jesus Cristo veio para abençoar nossas vidas com a luz, não nos deixar presos à escuridão. Dores, fracassos, perdas todos teremos, mas a luz do Reino dos Céus nos rodeia para sanar todas e quaisquer dores e angustias de nossas almas.
Lutei contra mim mesmo até descobrir onde estaria o consolo para todas as minhas tristezas. Como um barco açoitado pelas ondas numa tempestade, não via solução para retirar a grande quantidade de água que entrara no recinto. Fora necessário as ondas inundarem o barco do para reconhecer quem, de fato, faltara na embarcação: Jesus Cristo. Permiti, então, que Ele se instalasse na embarcação do meu ser, como um grito de socorro; como a última esperança. Ele apaziguou a tempestade; reduziram-se as ondas; carregou-me no colo. Mas, embora o barco ainda estivesse cheio d’água, Sua presença me dissera: “O Sol virá! Resplandecerá a luz!”. A presença de Jesus no barco não significava a ausência de tempestades, mas sim, que o Sol sempre havia de resplandecer: secar as águas e iluminar a, agora, calma imensidão do mar.

Permita Jesus na sua vida. Ele tomará conta da sua embarcação nas tempestades, mar a fora, e resplandecerá a luz!

Gilvan Aguiar
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